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Prémio Fernando Costa para Augusto Mayer

  • Foto do escritor: Mário Melo Costa
    Mário Melo Costa
  • 19 de fev. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de abr. de 2021



Este ano o feliz contemplado do prestigioso prémio Fernando Costa é o decorador Augusto Mayer. Relembramos que a atribuição deste prémio é uma associação entre a Cinemate e a Associação de Imagem.



Augusto Mayer nasceu em 15 de março de 1955 e de tenra idade teve contacto com o cinema. O seu avô tinha terrenos na zona da avenida da liberdade onde veio a nascer o atual cinema Tivoli ,desenhado pelo arquiteto Raul Lino. A família geriu o cinema e a programação durante muitos anos e tinham também, nas traseiras um laboratório e uma pequena sala para visionar os filmes, antes de o fazerem na sala principal. Foi aí que o Augusto tomou contacto com muitos filmes nos anos 60. Recorda-se de um momento particular que ocorreu aquando da estreia de «Lawrence of Arabia» em 1963. Para a promoção do filme, no dia da estreia foi instalado um cenário alusivo ao filme, mesmo em frente ao cinema e em plena avenida. Do cenário constava muitas palmeiras, muitos holofotes e este facto despertou na criança Augusto Mayer o fascínio pela decoração. Era promontório. E em 1982 depois de uma breve passagem pelo expresso como desenhador gráfico enveredou a convite da Maria Gonzaga pela área da decoração onde viria a ficar. Ainda exerce e juntamente com o seu filho Tiago Mayer gere uma empresa de prestação de serviços na área da decoração e construção de cenários.




O percurso do Augusto foi diversificado. Passou pela construção, assistente de decoração, chefe decorador, diretor de arte, aderecista de plateau em resumo passou por todas as partes que compõem o departamento de arte. Deu-lhe traquejo e que o levou a grandes projetos como «Amália» e «A Casa dos Espíritos» e mais recentemente «Fátima», «Night Train to Lisbon» entre muitos. Estes filmes são os que sublinha como os mais significativos da sua carreira. Porque se defrontou com grandes obstáculos e com a grandeza dos projetos. A construção, o design e a decoração colocaram desafios que só «com espírito de equipa se ultrapassam» e Augusto sublinha «só com paixão, É preciso paixão para se trabalhar no cinema». A mesma paixão que teve em criança quando viu o décor em frente do cinema do seu avô na Avenida da Liberdade.


A aprendizagem é feita com o dia a dia. A pressão do trabalho constante o tempos curtos de execução são fatores de constante evolução mas Augusto prefere o lado humano «o mais reconfortante de tudo no final é trabalhar com pessoas que têm tempo para ensinar e te orientar e que reconhecem o teu trabalho, é muito importante neste setor onde a stress a pressão para acabar depressa são constantes» e destaca dois nomes, o Joni com quem trabalhou muito e de quem foi grande amigo, deixou-nos há pouco tempo e o Jasmin, com quem aprendeu o bom gosto.





Os filmes de época são os que colocam muitos desafios à decoração, no fundo os que dão mais trabalho, mas os que no final são mais recompensadores profissionalmente. «É verdade diz Augusto. Tive uma experiência muito rica no filme da Margarida Cardoso em Moçambique. Foi o filme «A Costa dos Murmúrios». Tivemos de fazer pesquisa histórica para o filme e envolvi-me como sempre faço nos projetos e vivi a sensação de estar a viver a época do filme, senti mesmo, aquele tempo antes da independência, pude vivê-lo, estranho»




A obra de arte nasce de acordo com um desenvolvimento em equipa, Augusto não descora esse lado do trabalho. O décor tem de representar o ambiente que o realizador deseja para a obra e a decoração tem de estar em sintonia e trazer mais-valia para o projeto. Quando fala da direção de fotografia Augusto diz «A luz é o elemento mais natural da cena. É com a luz que podemos dramatizar, desenhar, aligeirar, dar tonalidade, luzes lisas ou texturadas, tudo isso tem efeito. A luz faz parte dos personagens, da sua personalidade e retratar a sua vivência»



A Associação de Imagem sente-se honrada por atribuir em conjunto com a Cinemate este digníssimo prémio reconhecendo o trabalho de uma pessoa que acima do profissional é um excelente ser humano. Companheiro, paciente e educado é assim que tem pautado a sua carreira. Não poderia haver da nossa parte melhor reconhecimento que não seja atribuir-lhe o prémio Fernando Costa.





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Editor Tony Costa aip
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