Os Prémios para a Melhor Direção de Fotografia
- Mário Melo Costa
- 20 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de fev. de 2022

Chegou a época de premiar o que melhor se fez ao longo de 2021 no que diz respeito à direção de fotografia. A nível internacional, salientando aqueles que consideramos ser os mais prestigiantes para a carreira de um diretor de fotografia é sem dúvida o Óscar da Academia de Hollywood e o prémio da ASC .
Eis os nomeados deste ano. Como se pode observar , muitas vezes coincidem nas nomeações onde a diferença se resume muitas vezes por um ou outro título. Este ano não é exceção.
NOMEAÇÕES para ASC E OSCAR
Bruno Delbonnel, ASC, AFC com «The Tragedy of Macbeth»
Ari Wegner, ACS com «The Power of the Dog»
Greig Fraser, ASC, ACS com «Dune»
Dan Laustsen, ASC, DFF com «Nightmare Alley»
NOMEADO APENAS PELA ASC
Haris Zambarloukos, BSC, GSC for Belfast
NOMEADO APENAS PARA OS OSCARES
Janusz Kaminski «West Side Story»
Os vencedores dos prémios ASC serão anunciados no dia 20 de março 2022 e os óscares uma semana mais tarde dia 28 de março.
A cerimónia da ASC será ao vivo via streaming.
OS NOMEADOS:
«The Tragedy Of Macbeth»
Bruno Delbonnel AFC ASC

Pela primeira vez Joel Coen dirige um filme sem o irmão Ethan e Bruno Delbonnel diretor de fotografia francês que trabalha habitualmente com o par, acompanha esta aventura com o irmão a solo. O francês Bruno Delbonnel é recorrente nas nomeações para a direção de fotografia. Já conta com cinco nomeações para os oscares, mas ainda não conseguiu o galardão máximo. Será desta?

Para o filme »A Tragédia de MacBeth» a abordagem fotográfica escolhida foi o preto e branco em formato Academy 1:37. Durante a rodagem utilizando uma ALEXA LF equipada com objetivas Cooks S7 a imagem foi registada a cores e depois mais tarde em pós-produção foi retirada a cor.
“O preto e branco ajuda a imagem tornar-se mais abstrata, porque não se relaciona com nada além das performances e da atmosfera criada pela iluminação. Para mim, o formato 1:37 é provavelmente o formato mais bonito, porque quando se faz um close-up, é realmente um close-up.” Disse Bruno ao Cinematography World.
“A Tragédia de Macbeth”, de Joel Coen, com Denzel Washington e McDormand, contou com a arte de Bruno Delbonnel para transmitir um visual moderno a preto e branco numa adaptação abstrata dos assassinatos, caos e loucura de Shakespeare. Usando uma combinação de sombras muito fortes e luz suave nos fundos e lançando feixes de luz nos corredores e escadas.

Bruno explica na entrevista que deu a Ron Prince «Não havia móveis, tapetes, praticamente nada no plateau e dessa ideia surgiu a noção de filmar em preto e branco e enquadrar na proporção 1:37.» e acrescentou que ambos se inspiraram no filme de Carl Dreyer de 1928 « A Paixão de Joana d'Arc» onde praticamente todo o filme é filmado através de grandes planos e a preto e branco. Um filme que marcante da história do cinema, onde a narrativa e as personagens representam através das suas expressões faciais num cenário vazio.
Para além de estar nomeado para os oscares como para os prémios ASC também recebeu uma nomeação para os prémios britânicos BAFTA




DP Haris Zambarloukos BSC GSC nomeado por «Belfast»

B&W, posted and released under various states of lockdown, Belfast is Branagh’s semi-autobiographic, coming-of-age film about childhood and working class family life during The Troubles in Belfast, Northern Ireland in the late 1960s.

O colega grego habitual diretor de fotografia do irlandês Keneth Branagh começa por dizer na entrevista que deu a Ron Prince, da revista Cinematography World, que o sucesso é uma grande surpresa, porque de todos os filmes que colaborou com o Keneth tinham outras condições financeiras que não este.
Também filmado a preto e branco (este ano é o ano do preto e branco pelos vistos) a narrativa aborda a infância de um rapaz (autobiográfico do realizador) que passa aqueles anos difíceis dos anos 60 do século passado aquando dos conflitos na Irlanda.
Haris Zambarloukos disee terem «uma abordagem muito simples para a iluminação, que era usar a luz natural disponível o máximo possível, complementada por practicals e luz refletida”, explica Zambarloukos. “Às vezes, tínhamos LEDs do tamanho de caixas de fósforos, que o nosso gaffer Dan Lowe tem na sua caixa de ferramentas, para aumentar as luzes dos olhos, mas tentamos manter as coisas no mínimo.”

A relação de aspeto escolhido foi 1,85 com uma ARRI Alexa Mini LF equipada com lentes System 65 e Sphero, como parte de um pacote fornecido pela Panavision de Londres.
“Este foi um filme íntimo, e a combinação de proporção, câmara e diafragma entre T4 e T5.6, deu uma aparência de formato médio que estava em algum lugar entre a fotografia de rua Leica e o retrato Hasselblad”, diz Haris. Inspirado pelas imagens da época dos fotógrafos de rua.
Fonte: a Focus Features release. Credit: Rob Youngson/Focus Features / Cinematography World/ Ron Prince




Ari Wegner, ACS com «The Power of the Dog»

The Power of the Dod - CINEMATOGRAPHY
Greig Fraser, ASC, ACS com «Dune»


Dan Laustsen, ASC, DFF com «Nightmare Alley»


Janusz Kaminski «West Side Story»



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