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Membro Honorário Francisco Vidinha aip


Quando o nome de Francisco Vidinha foi colocado para ser homenageado na próxima cerimónia de prémios da aip a unanimidade foi absoluta entre os pares da direção. A inquestionável dedicação votada por parte de Francisco ao longo da sua carreira à direção de fotografia é um dado concreto e indiscutível.


Francisco dividiu a sua carreira entre a Austrália e Portugal. Nascido em Lisboa em 1956, vai para a Austrália com os pais quando tinha 10 anos de idade. Tira uma licenciatura em Fotografia pela City Art Institute (Sydney, Austrália). Monta um estúdio de fotografia mesmo no centro da cidade de Sidney num quinto andar de uma antiga tipografia. Não satisfeito, tentou mais um curso que veio a conciliar as suas pretensões, tirando um curso de direção de fotografia na prestigiada escola (Australian Film Television and Radio School - AFTR ) ainda durante o período em que tinha o seu estúdio de fotografia.



Assinou o primeiro filme como diretor de fotografia em 1984 e trabalhou principalmente em filmes de ficção e documentários, e alguns publicitários para televisão. Mas uma visita a Portugal veio mudar o rumo da sua vida e em 1991 decidiu regressar a Portugal e a estabelecer-se no Porto. E porquê o Porto? Tendo em conta que nessa altura a produção nacional estava toda concentrada em Lisboa. «por amor» responde Francisco a justificar a decisão. E assim se estabelece no Norte dando continuidade à sua atividade trabalhado principalmente em publicitários, institucionais, curtas-metragens, documentários, mini séries para televisão e também exercendo a atividade de docência na Escola Superior Artística do Porto, Instituto Politécnico do Porto e na Faculdade de Jornalismo e Ciências da Comunicação, da Universidade do Porto.


Quando Francisco saiu de Portugal o país estava em plena guerra em três frentes. Deduz-se que os pais optaram por emigrar para proteger o Francisco da guerra «é curioso como todos me perguntam o mesmo. Também o coronel me o fez quando eu tive depois de regressar a Portugal regularizar a minha situação militar, mas na verdade não posso confirmar essa dedução». Dos pais o que o Francisco mais tem presente foi um episodio que aconteceu enquanto frequentava a escola secundária que pode ser a razão de escolha da sua profissão. Devia ter uns 12 ou 13 anos em que ficou fulo com os pais por estes não o deixarem ter ido à escola para acompanhar a peça de teatro para o qual tinha feito a iluminação do palco, por ser de noite. «Se calhar foi por vingança que continuei na mesma a perseguir esta vontade mesmo com a desaprovação deles em relação a um futuro nas artes, espero que se estejam agora a rir, estejam onde estiverem» remata.



Também nos ocorreu perguntar, como já muitos fizeram certamente, porquê deixar um país onde o cinema é bem mais desenvolvido? «fiquei apaixonado por Portugal e não resisti. Também na altura, creio que foi por volta de 1992 que se deu a abertura dos canais de televisão privados e vi aí uma oportunidade de trabalho e acabei por me estabelecer por cá». Porém as oportunidades não se concretizaram na área que Francisco trabalhava. «Os trabalhos em que que se sentia mais à vontade eram na área do documentário e das peças especiais para televisão como de ficção para TV». O método resvalou para a produção de telenovela área que não era a sua especialidade. Apesar disso «Não me arrependo de nada. Vejo a vida como a tentativa de fazer melhor, diferente e de viver outras experiências, por isso encaro o presente e o futuro de qualquer decisão com moderado otimismo e sem análises prévias ou conclusivas. É assim que encaro a vida».



Ao longo dos anos aprendeu e ensinou tudo sobre direção de fotografia. Teve experiência como fotógrafo jornalista que iniciou em 1979 e abandonou para abraçar a imagem em movimento. Era aí que se sentia realizado. Uma vez em Portugal tirando partido das duas licenciaturas tiradas na Austrália lecionou, tendo-se retirado há algum tempo por não ter manifestamente mais tempo. Preferiu continuar a exercer a sua profissão de diretor de fotografia tendo fotografado recentemente a série «Vento Norte» e de ter fotografado um filme que ainda não teve estreia nacional com o título «1618»

Francisco receberá o merecido título de membro honorário entregue pelos seus pares no dia 25 de março no Café Rivoli na cidade onde vive desde 1991.














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