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António da Cunha Telles



Produtor, realizador, distribuidor de filmes, dirigente da Tobis, alugador de equipamentos para cinema, António da Cunha Telles foi tudo no cinema e em particular um apaixonado pela técnica. Foi sempre um curioso pelas novas tecnologias. Arriscava em equipamentos que muito dificilmente seriam amortizáveis. Só ele acreditava. Negociava quase sempre no extremo. Não tinha um planeamento. Gostava da adrenalina do momento da solução rápida. Não tinha impossíveis.

António da Cunha Telles já conta na história do cinema português como o produtor do cinema e como realizador. Há no entanto uma outra qualidade da sua carreira que não pode ser esquecida dos anais da história. Retirou Portugal da miséria tecnológica no cinema e formou técnicos com grande grau de profissionalismo. Durante mais de uma década na condição de produtor executivo, trouxe para Portugal centenas de telefilmes franceses que se rodavam por cá. Esse fluxo de produções permitiu acumular um parque tecnológico, desde câmaras, equipamentos de som, iluminação e maquinaria que Portugal carecia. A primeira dolly elétrica surge no final dos anos 80 pela sua mão. Aparelhos de iluminação até ali desconhecidos como os HMI é ele que trouxe pela primeira vez e em quantidade. Tirava Portugal de uma miséria absoluta no domínio de equipamentos de apoio ao cinema. Foi um período de uma grande escola de formação de técnicos. A exigência profissional era grande para os trabalhos estrangeiros e com isso Portugal deu um enorme salto qualitativo na prestação profissional dos seus técnicos. O Animatógrafo, nome da produtora foi responsável pela formação de quase todos os técnicos nos anos 80, 90 e inicio do século atual.


Não foi uma figura consensual assim o sabemos. Os grandes génios não são consensuais na sua época e no seu tempo de vida. O tempo e a história colocarão António da Cunha Telles no devido lugar. No que diz respeito ä Associação de Imagem deixamos aqui a nossa admiração e reconhecimento pela coragem que teve em implementar aquilo que parecia impossível para as condições nacionais na época e por ter dado trabalho e formado centenas de profissionais que hoje estão no ativo.

À família e aos amigos desejamos os nossos sinceros pêsames.


O corpo estará na Basílica da Estrela sexta-feira dia 25 entre as 17h e as 23h. E no Sábado dia 26 até às 13.30.

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