José Manuel Costa recebe Prémio da Associação de Imagem
- Mário Melo Costa
- 24 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
A associação de Imagem atribui o prémio da Associação para distinguir uma personalidade do meio cinematográfico que se tenha destacado pela sua atividade.
A personalidade escolhida este ano para receber o prémio especial da Associação de Imagem recaiu inevitavelmente numa personalidade que tem tido ao longo de muitos anos uma enorme influência na divulgação do cinema no nosso país. A nossa escolha foi para José Manuel Costadiretor da Cinemateca Portuguesa.
Justifica-se esta homenagem pela sua permanente dedicação ao cinema tanto na sua divulgação como na preservação e arquivo promovendo a cultura através da sétima arte.
O desenvolvimento da Cinemateca, hoje considerada a casa do cinema, deve-se muito a José Manuel Costa que prosseguiu os desígnios dos seus antecessores. José Manuel Costa faz parte da Cinemateca quase ininterruptamente desde de 1975. Tendo contribuído para o seu grande desenvolvimento ao longo destes anos. Quando entrou para a Cinemateca, esta era apenas um micro departamento ligado ao IPC (Instituo Português de Cinema) com duas ou três pessoas e agora conta com 60 colaboradores que desenvolvem uma extensa atividade. O ANIM, a Cinemateca Junior, as duas salas de cinema na Barata Salgueiro com sessões seis dias por semana, de tarde e à noite, são exemplo disso. Para além destas atividades a Cinemateca tem disponibilizado os seus meios para apoiar iniciativas de associações, produtores e outras entidades. Dispõe da biblioteca e o arquivo de documentação de todo o cinema português A formação é outro dos objetivos centrais da sua atual atividade, trazendo a Portugal personalidades de renome para seminários e workshops. Esta atividade é muito intensa apesar dos escassos meios para a desenvolver, inerente às dificuldades orçamentais. Apesar dos constrangimentos a Cinemateca lançou muito recentemente como resultado de um novo e inovador programa, dois títulos em DVD entre eles «Os Lobos» de 1923 de Rino Lupo fotografado por um dos nossos pioneiros à câmara, Artur Costa de Macedo. Tudo isto no seguimento de um programa de preservação permanente do espólio do cinema português.
A preservação e arquivo do cinema português através da criação e implementação do ANIM (Arquivo Nacional de Imagens em Movimento) são, contudo, a obra mais emblemática de José Manuel Costa que lhe dará um lugar na história da atividade cinematográfica em Portugal.
O seu interesse pessoal sobre as questões de preservação e arquivo fílmico levam-no em meados dos anos 80 a desenvolver e a propor um projeto que viria a ser, mais de uma década depois o ANIM, hoje sediado em Loures, onde se faz a preservação e a conservação do cinema português e de outras cópias de extrema importância histórica.
No ANIM, ainda se preserva toda a cadeia do processo laboratorial analógico, tendo capacidade para revelar 16 e 35 mm a cores ou a preto e branco.
O trabalho desempenhado por José Manuel Costa, muito antes de se tornar diretor da cinemateca, cargo que ocupa desde 2014, não pode deixar de ser fortemente sublinhado e reconhecido pelos profissionais, técnicos e criadores.
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