Quim Amaral recebe Prémio Fernando Costa - Prémios AIPCINEMA 2019
- Mário Melo Costa
- 14 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
A Associação de Imagem em conjunto com a Cinemate oferece todos os anos o prémio Fernando Costa a uma individualidade da área técnica que se tenha destacado entre os colegas ao longo da carreira profissional. O maquinista Joaquim Amaral foi a personalidade escolhida este ano para receber este prestigioso prémio.
Joaquim Amaral, mais conhecido por Quim Amaral iniciou a sua carreira profissional de maquinista no longínquo ano de 1978 na mini- série para a RTP «Amor de Perdição»que contou na realização de Manoel de Oliveira. Inicialmente o Quim entrou como assistente de maquinaria e saiu como chefe maquinista logo no seu primeiro trabalho. Nessa altura colaborava com Manuel Carlos que era eletricista e tinha em conjunto com o seu irmão João Silva uma oficina perto de Caneças. Na oficina fabricavam tripés, charriots e outros apetrechos para serem utilizados nos filmes. Naquele tempo o parque de equipamento em Portugal era muito pobre e não haviam casas de aluguer e então a imaginação e o desenrascanço. Foi na oficina que o Quim começou a ter contacto com os aparelhos de cinema e foi essa circunstância que o levou a ser assistente maquinista de João Silva nessa produção da RTP de Manoel de Oliveira. A produção prolongou-se durante muito tempo e como em Portugal havia muito poucas pessoas especializadas nos setores os mais experientes de então foram deslocados para uma produção estrangeira o que abriu caminho para o Quim assumir a posição de chefe maquinista e éaqui que ele inicia a sua paixão pela nivelamento das calhas e pelos movimentos de câmara.
Desde então que Quim Amaral manteve-se na profissão com altos e baixos, como todos afinal, ficou, porque gostou muito desde de início «épreciso amor pelo trabalho, ter gosto no que se faz. Adoro montar, nivelar calhas e fazer movimentos de câmara»diz para justificar os mais de quarenta anos de carreira. «Para sobrevivermos necessitamos de ser humildes. Épreciso escutar as pessoas. Estar aberto a aprender. Aprender atémorrer»acrescenta.
Quim Amaral colaborou em mais de 100 filmes entre portugueses e franceses. Muito em particular no período do animatógrafo no final dos anos 80 e dos anos 90 e ele acompanhou o desenvolvimento do parque de equipamento, muito graças às produções franceses que António da Cunha Telles atraiu para Portugal. Foi em muitos desses telefilmes que o Quim Amaral aperfeiçoou a sua técnica e desenvoltura profissional. «Aprendemos muito sempre com os estrangeiros, que têm uma outra técnica e postura. Na altura eram mais profissionais que nós e eu melhorei muito»
Joaquim Amaral com 68 anos de idade receberáo prémio Fernando Costa no dia 1 de Março de 2019 na Casa do Alentejo.
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