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Prémio Fernando Costa-Cinemate para João Pedro Ruivo.

  • Foto do escritor: Mário Melo Costa
    Mário Melo Costa
  • 4 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

Prémio Fernando Costa –para João Pedro Ruivo

A primeira edição do prémio Fernando Costa – Cinemate é atribuído ao assistente de realização João Pedro Ruivo.

O prémio Fernando Costa distingue um técnico do cinema português que se tenha destacado ao longo da sua carreira. O prémio foi criado entre a Associação de Imagem e a empresa Cinemate que em associação distinguem um técnico de qualquer área pela relevância do seu desempenho profissional no cinema português.

O nome que é dado ao prémio é uma homenagem ao fundador da empresa Cinemate Fernando Costa que foi iluminador e diretor de fotografia, tendo-se notabilizado no meio como administrador da empresa de aluguer de equipamentos de iluminação e maquinaria. Fernando Costa foi uma personalidade marcante do panorama cinematográfico português tendo formado e trabalhado com centenas de técnicos. Através da empresa Fernando Costa teve uma importante participação na produção nacional. Dele ficou uma impressão muito positiva do seu carácter afável e pedagogo que sempre desenvolveu no trato com as pessoas. Para não esquecer esse legado os diretores de fotografia da associação de imagem decidiram atribuir anualmente este prémio para distinguir um profissional do setor e prestigiar a profissão.

Apesar do premiado ser escolhido pela Associação de Imagem o prémio não é atribuído apenas a técnicos da área de câmara. Profissionais de outras áreas do cinema podem também ser distinguidos. É o caso nesta 1ª edição em que a escolha da Associação de Imagem recaiu sobre João Pedro Ruivo assistente de realização desde 1978.

Poder-se ia dizer que João Pedro Ruivo tem sido desde de início um assistente de realização a 100%. Mesmo as duas pequenas incursões em que desempenhou o papel de realizador não lhe poderá retirar essa pureza e fidelidade a uma profissão específica como é a de ser assistente de realização.

A decisão da Associação de atribuir este honroso reconhecimento advém do facto de João Pedro Ruivo marcar profundamente desenvolvimento da sua profissão em Portugal. Foi a partir dele que tudo se tornou mais profissional. Não havia mesmo no inicio dos anos 80 a prática de ter um assistente de realização nos filmes. Era normalmente alguém da produção que se ocupava dessa tarefa. Só a partir de uma determinada altura, já com João Pedro Ruivo que a figura de 1º assistente de realização se consagrou. Note-se também, muito por culpa das produções estrangeiras, nomeadamente as francesas que vinham a Portugal filmar. Na publicidade só mais tarde veio a ser adotado. Até ali o assistente de realização era também ….. assistente de decoração.

A sua facilidade em comunicar aliado a um espírito facilitador e uma metodologia organizada são características naturais da sua personalidade que deram a João Pedro Ruivo uma genuína habilitação para assistente de realização. João Pedro Ruivo aproveitou bem essas características para desenvolver uma sólida carreira como assistente de realização nas áreas da ficção e da publicidade.

Os 14 anos que viveu em Itália e o estágio em assistência de realização na Cinecitta com o fantástico Federico Fellini no filme «E La Nave Va» em 1982 marcam definitivamente aquele que é considerado o mais competente assistente de realização em Portugal.

A facilidade que tem em se exprimir em diversas línguas, tem um bacharelato em francês do Liceu Charles Lepiérre, fala e escreve italiano como ainda se lhe junta o inglês e espanhol faz de João Pedro Ruivo o profissional ideal para as produções estrangeiras.

Mas ser assistente de realização não é apenas encontrar o melhor planeamento de rodagens e elaborar folhas de serviço. É muito mais que isso. É o profissional que faz as pontes entre todas as partes interessadas no projeto. Em primeiro lugar as exigências do realizador que tem que ser conjugados com os interesses económicos da produção como conjugar com uma minuciosa gestão do tempo. Para além destes fatores a colaboração direta com o diretor de fotografia para a escolha da melhor hora do dia para a filmagem e planeamento de tempos de rodagem. Este é um trabalho que João Pedro Ruivo tem desenvolvido de forma exímia e altamente competente e é neste particular que os diretores de fotografia reconhecem o seu papel no cinema ao longo destes quase 40 anos de carreira.

Tony Costa

Presidente aip

Fernando Costa - Director de Fotografia e Iluminador falecido em 2016 com 79 anos.

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