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Morreu um grande operador de staeadicam - Jacques Monge

  • Foto do escritor: Mário Melo Costa
    Mário Melo Costa
  • 6 de mar. de 2017
  • 2 min de leitura

Morreu um grande operador de staeadicam - Jacques Monge

O grande pioneiro francês e também português, Jacques Monge morreu no passado mês de Janeiro. Deixou muitos amigos e deixará com certeza muitas saudades pelo menos para aqueles que com ele trabalharam e privaram de perto. Era um homem extraordinário, apaixonado pela sua profissão e alguém que gostava de pessoas. Esse carinho espalhava-o pela equipa que com ele trabalhava contagiando todos com aquele perfume de bondade e de humanismo. Para além destas suas qualidades Jacques fomentava a igualdade e a justiça. Não suportava injustiças nem aldrabices.

Jacques Monge apareceu em Portugal se a memória não me falha no filme «Adeus Princesa» de Jorge Paixão da Costa. Aí revelou as suas geniais qualidades de operador de steadicam e ensinou-me a escrever steadicam em vez de steadycam com Y e explicou-me detalhadamente com o seu sorriso e cigarro ao canto da boca.

Ele foi o grande pioneiro francês que seguiu as pisadas do americano Garrett Brown que inventou o steadicam no final dos anos 70. Em 1976 o steadicam é utilizado pela primeira vez no filme fotografado por Haskell Wexler em «Bound for Glory» 1976 que valeu o oscar a Wexler. Mas a máquina tornou-se mais conhecida com o filme «Rocky» em 1976 na famosa cena em que Rocky Balboa o personagem Silvester Stalone treina para o seu combate derradeiro na escadaria. Mas o steadicam obtém o seu momento mais glorioso é no filme de Stanley Kubrick «The Shining» com o uso do staedicam em low mode que completa o aparelho que ainda hoje é muito usado.

Jacques Monge foi o seguidor na Europa desta nova forma de operar a câmara. Hoje está generalizado, mas nos anos 80 utilizar uma ARRI BL4 e suportar mais de 20 kilos era obra.

Jacques Monge foi um grande amigo de Portugal e dos colegas portugueses. Não pode viver em Portugal dada a precariedade laboral por estas bandas. Nunca deixou de manifestar o seu agrado por Portugal e pelos seus colegas. A aip não pode deixar de assinalar apesar de simbolicamente este momento nas páginas do seu site agora relançado.

Jacques Monge deixa um vazio. Ninguém na profissão é insubstituível, mas há homens de H grande que dificilmente são repostos e Jacques Monge era um deles, na defesa do que era justo.

Tony Costa aip

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